
Nai Beyá (Pajé) Txana Mashã
A origem de Txana Mashã
Em meio à floresta amazônica, numa área na fronteira do Acre com o Peru, vive o povo Huni Kui.
O Nai Beyá (pajé) Txana Mashã pertence à Terra Indígena Kaxinawá do Rio Humaitá, localizada nas terras altas entre os rios Humaitá e Muru, no município de Tarauacá. Hoje, cerca de 650 indígenas Huni Kuin vivem nesse território, distribuídos em seis aldeias. Cada aldeia é representada por diferentes lideranças sociais: agentes de saúde, professores, pajés, artesãos, parteiras, entre outros.
Txana Mashã faz parte da primeira aldeia chamada Mati Txana Mukaya, e o nome em português é Aldeia Vigilante. Essa aldeia é composta por aproximadamente 25 famílias, somando em torno de 140 pessoas.
Da aldeia para o mundo
Formado em Letras, Txana atuou como professor por 18 anos. Esse caminho acadêmico ampliou sua visão e lhe deu ferramentas para compartilhar os ensinamentos de seu povo em diferentes contextos, sem perder a essência de sua tradição.
Ao mesmo tempo, Txana sempre zelou pelos saberes ancestrais do povo Huni Kui, voltados para o mundo espiritual por meio dos rezos tradicionais, histórias, cantos e rituais com as medicinas sagradas da floresta.
Diante desse contexto, tornou-se não apenas uma referência dentro da sua terra, mas também um líder e articulador fora dela, levando a força de sua cultura para diferentes partes do Brasil e do mundo.
Filosofia de vida e espiritualidade
Baseado na filosofia de ensinar e aprender juntos, Txana busca manter vivas as expressões culturais e identitárias do povo Huni Kui. Esses conhecimentos, guardados na mente e no coração do pajé, são transmitidos com simplicidade e verdade em cada encontro.
O nome Txana vem do pássaro Japinim, conhecido por sua habilidade de imitar o canto de todos os outros pássaros. Assim como o Japinim, Txana traz em si a capacidade de dar voz a diferentes cantos da floresta, conectando pessoas ao mundo espiritual por meio da música, dos rezos e das medicinas.
O trabalho no Clube do Haux
No Clube do Haux, o pajé Txana Mashã é uma figura central e essencial para o caminho espiritual proposto. Ele é o responsável por conduzir as cerimônias, guiando com firmeza, sabedoria e sensibilidade o uso das sagradas medicinas da floresta, que são pilares da tradição Huni Kui.
As medicinas utilizadas, cada uma com seu propósito e profundidade, são:
• Nixi Pae (Ayahuasca): Conhecida pelos Huni Kuin como a "cipó forte" (Nixi cipó, Pae é forte), a Ayahuasca é uma medicina ancestral utilizada há milênios. Ela é consagrada em rituais para expandir a consciência e aprofundar o autoconhecimento, permitindo uma conexão profunda com as forças da natureza e o despertar espiritual. Nas cerimônias Huni Kuin, o Nixi Pae é vista como a verdadeiro pajé, cujo espírito é invocado através dos "huni meka", cantos sagrados transmitidos de geração em geração. Esses cantos guiam a experiência, invocando espíritos encantados da floresta, incluindo plantas, animais e padrões sagrados (kene), que são manifestações divinas do grande espírito, ou Yuxibu.
• Rume Reshke (Rapé): Esta medicina ancestral, uma mistura de tabaco e cinzas de cascas de árvores específicas. O Rapé é fundamental para a limpeza energética, a promoção da clareza mental e o fortalecimento da firmeza espiritual. Ele ajuda a abrir a conexão de cada pessoa com sua própria essência e com o divino.
• Shãtsamati (Sananga): Uma poderosa medicina da floresta, preparada a partir da raiz da planta, tradicionalmente utilizada pelos Huni Kui. A Sananga tem como função proteger a visão, tanto física quanto espiritual, afastar energias negativas, abrir caminhos e auxiliar no tratamento de problemas oculares. Nas cerimônias, a Sananga é conhecida por abrir portas para mirações e atrair boa sorte.
Além do uso dessas medicinas sagradas, as cerimônias são enriquecidas pela defumação espiritual e pelos rezos tradicionais Huni Kui. Inicialmente, os rezos são entoados apenas na voz, como uma prece pura e direta. Em seguida, são fortalecidos e amplificados pelo som de instrumentos como violões, maracás e tambores, que ecoam a força coletiva da floresta, criando um ambiente de profunda imersão espiritual.




Nosso refúgio na floresta
Nossas cerimônias acontecem em um sítio acolhido pela floresta. Um espaço seguro e reservado, onde o fogo sagrado aquece a noite, os cantos ecoam e as medicinas da floresta guiam cada passo do caminho de cura.
Dieta de Preparação
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O que levar pra cerimônia?
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Durante o ritual, é comum que a temperatura fique mais fria, por isso recomendamos que os participantes se agasalhem e tragam um cobertor ou roupas confortáveis. Além disso, teremos fogueira para ajudar a aquecer;
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É importante que cada participante traga consigo um rolinho de papel higiênico, uma garrafinha de água mineral e um saquinho para coletar o próprio lixo;
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Para acomodação no local, sugerimos que os participantes tragam um colchonete ou cadeira de praia/camping;
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Instrumentos musicais são bem-vindos durante a cerimônia, desde que utilizados com respeito e harmonia com o ambiente;
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Alimento para compartilhar no café da manhã;
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Sejam todos muito bem-vindos, que venham no amor e na paz. Haux haux.
Não é permitido
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Durante o ritual, é importante que os participantes se concentrem no que vieram buscar e evitem distrações, como o uso do celular para gravar áudios, vídeos ou tirar fotos.
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Não é permitido dormir durante a cerimônia e é essencial que todos os participantes estejam sóbrios para vivenciar a experiência.
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Fumar cigarros dentro do círculo de rezo não é permitido, assim como entrar na mata, no lago ou na piscina durante a cerimônia.
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Também é importante permanecer no círculo de cura durante todo o trabalho e não ir embora antes do encerramento.
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Os participantes devem evitar gritar ou tocar instrumentos em volume muito alto, respeitando a sensibilidade dos demais.







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